As mudanças climáticas, com sequência de períodos de calor e frio intenso e o impacto da seca, podem aumentar o preço dos alimentos no Brasil ainda em 2024.

O economista Thiago de Oliveira, da Companhia de Entrepostos e Armazéns e São Paulo (Ceagesp), afirma que o aumento dos preços deve afetar mais os alimentos cítricos, como laranjas e limões, que têm clima seco e instável como condições que podem impactar a produtividade e afetar o tempo de colheita.

Essa condição climática, inclusive, podem favorecer o avanço do Cancro Cítrico ou Greening, doença bacteriana transmitida pelo inseto Psilídeo, que é a que mais ameaça a citricultura no mundo. A doença, causada pela bactéria Xanthomonas citri pv. citri ataca todas as variedades e espécies de citros, provoca lesões em folhas, frutos e ramos e, quando em alta incidência, provoca desfolha e queda de frutos.

Feliciano Abreu, do Mercado Mineiro e Colunista da Rede 98, destaca que o impacto inflacionário será sentido, principalmente, no setor de hortifrúti e de alimentação de uma forma geral, mas também no setor de combustível.

"Nós vamos ter sim um impacto inflacionário no setor, principalmente, de hortifrúti e de alimentação de uma forma geral, e até de combustíveis. Porque, se você imaginar que o Etanol sofreu muito com a questão dos fogos, principalmente no Triângulo Mineiro e em São Paulo, isso reflete no aumento de custos. Vamos ter uma oferta menor e uma demanda estável, como estamos tendo, então isso ocasiona, de fato, o aumento de preços e a inflação", afirmou Feliciano.

Abreu ainda ressalta que, no momento, não é possível notar essa inflação nos Sacolões. Uma pesquisa do Mercado Mineiro não demonstra uma evolução dos preços em relação a períodos passados, mas já há notícias de que o custo dos produtos está maior.