A FIEMG apresentou, nesta quinta-feira (19) o Balanço Anual do cenário econômico no Brasil e de Minas Gerais. A análise, feita pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais, aborda o contexto macroeconômico, além de analisar o desempenho dos principais setores da economia.
Segundo o balanço, de uma maneira geral, a economia brasileira e mineira teve resultados positivos neste ano. No entanto, isso se deve por conta dos incrementos financeiros do governo federal.
Para o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, isso representa um perigo no longo prazo. Afinal, esses incrementos tem um prazo de validade e não podem ser feitos o tempo todo. Como ele exemplificou, a economia seria um paciente e o governo estaria injetando adrenalina, mas adrenalina constantemente vai “matar o paciente”.
Nesse sentido, ele demonstrou preocupação com o futuro da economia e destacou que o próprio mercado também demonstrou preocupação e incerteza com a alta recente do dólar e a alta dos juros praticados no país nas últimas semanas, com o IPCA chegando a cerca de 8% em três anos.
No que diz respeito à atuação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Roscoe considera que ele tem dado abertura para um diálogo com as empresas, mas ele é apenas o administrador do caixa do governo.
“O Ministro da Fazenda tem tido um diálogo, mas ele não define a política pública do governo. Ele é o administrador do caixa. Acho que se dependesse do Ministro da Fazenda o corte de gastos teria sido maior, teria tido menos gasto. Pelo menos é isso que o diálogo deixa claro. Mas a política pública é desenvolvida pelo conjunto do governo. E aí a gente vê no conjunto do governo que, pelo menos na minha leitura, há um equívoco muito grande nessa expansão dos gastos”, afirmou o presidente.
Além disso, para ele, sob a ótica do governo, o Ministério da Fazenda estaria fazendo um bom trabalho, mas para a população o resultado não era bom. Como o presidente destaca, quem estaria pagando a conta é o trabalhador
“Acredito que o Ministério da Fazenda sob a ótica do governo vem fazendo um bom trabalho no sentido de aumentar a arrecadação. Para a sociedade é péssimo. Essa riqueza está sendo extraída do conjunto da sociedade, mas para a Fazenda é bom. A arrecadação brasileira, nós estamos falando de déficit fiscal, ela cresceu 10% real esse ano. Ou seja, 10% além da inflação. Se a economia cresceu 3%, nós estamos dizendo que o governo tirou esses 7% de crescimento do bolso de cada um de nós brasileiros, não foi do além. Essa discussão que é o empresário que paga a conta é falácia. O empresário arrecada o tributo. O preço do tributo está nos produtos civis, quem paga a conta é quem consome”, finalizou.