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Imagem: EBC / Divulgação

Semana do Meio Ambiente: temos o que comemorar?

O mundo vive situações de extremos climáticos que tem causado todo tipo de danos, inclusive morte de seres humanos, em tragédias como chuvas torrenciais, enchentes, incêndios florestais, secas, terremotos e erupções vulcânicas. E eu com isto?


Ênio Fonseca

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Engenheiro Florestal especialista em gestao socioambiental. CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, Conselheiro do FMASE. Foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam e Superintendente de Gestão Ambiental da Cemig. Membro do IBRADES , ABDEM, ADIMIN, da ALAGRO E SUCESU


 

Semana do Meio Ambiente está ligada ao Dia Mundial do Meio Ambiente, e foi concebida em todo o mundo para ampliar as ações de conscientização de toda a população mundial sobre esse tema.

O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, e tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.

Nessa Conferência, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo, iniciou-se uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Apesar do grande avanço que a Conferência representou, não podemos afirmar, no entanto, que todos os problemas ambientais foram resolvidos, ao contrário, muitos deles continuam a impactar negativamente o planeta.

Este ano o Dia Mundial do Meio Ambiente, será organizado pelo Reino da Arábia Saudita no dia 5 de junho e está focado na restauração de terras, desertificação e resiliência à seca. Como uma nação que enfrenta degradação, desertificação e seca, o Reino da Arábia Saudita está profundamente empenhado na entrega de soluções. O Reino está agindo nacional e regionalmente por meio da Iniciativa Verde Saudita e da Iniciativa Verde do Oriente Médio. E está agindo globalmente, como vimos quando a presidência saudita do G20 resultou na adoção da Iniciativa Global de Restauração de Terras.

Tal ação e liderança são vitais quando enfrentamos uma preocupante intensificação da tripla crise planetária: a crise das mudanças climáticas, a crise da natureza e da perda de biodiversidade e a crise da poluição e dos resíduos. Essa crise está colocando os ecossistemas do mundo sob ameaça. Bilhões de hectares de terra estão degradados, afetando quase metade da população mundial e ameaçando metade do PIB global. As comunidades rurais, os pequenos agricultores e os extremamente pobres são os mais afetados.

Nas últimas cinco décadas, a data cresceu e se tornou uma das maiores plataformas globais para a sensibilização ambiental. Dezenas de milhões de pessoas participam juntamente a governos, empresas, cidades e organizações comunitárias.

Dentre os principais problemas que afetam o meio ambiente, podemos destacar o descarte inadequado de lixo, geração de resíduos, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, mudanças climáticas, extinção de espécies, poluição do ar e da água, desperdício de água, esgotamento do solo, fome e desemprego e superpopulação.

O aumento de eventos extremos está acontecendo com uma frequência nunca antes vista. Por isso, a mudança do clima global tem sido objeto das últimas reuniões focadas em meio ambiente da ONU.

Conter as mudanças climáticas a partir de mecanismos aplicáveis globalmente. Este é o objetivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), ao realizar anualmente a Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês para Conference of the Parties).

A COP-27 foi o evento mais importante e o maior já realizado sobre o tema das mudanças climáticas. A 27ª edição, a COP-27, aconteceu entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022 em Sharm El Sheikh, no Egito.

O Brasil sediará a COP-30 em novembro de 2025, em Belém, capital do Estado do Pará.

O desenvolvimento sustentável é a resposta que o mundo espera para fazer frente às grandes questões socioambientais apresentadas. Ela exprime a relação entre crescimento econômico, conservação ambiental e preocupação social. A partir da sensibilização da sociedade em razão do uso irracional dos recursos naturais e dos impactos ambientais gerados pela ação humana, o conceito de crescimento sustentável se coloca como uma alternativa, que promove a interdependência entre economia, meio ambiente e sociedade.

O conceito de desenvolvimento sustentável remete à importância de três princípios para a sua efetivação: os princípios econômicos, ambientais e sociais. Essas ações remetem ainda ao conceito de sustentabilidade, que está ligada à promoção de ações que ofereçam sustentação para o crescimento econômico, a preservação ambiental e a redução da desigualdade social.

O mundo tem reagido positivamente aos muitos desafios ambientais existentes, com novos modelos de governança como a adoção por países e empresas dos princípios ESG, os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, ações de redução das emissões de gás efeito estufa – GEE, sendo que nos dias 27 a 29 de maio deste ano, Belo Horizonte sediou um encontro do G20, focado em iniciativas para consolidação da transição energética.

Os países signatários da Conferência de Biodiversidade da ONU- COP 15, realizada em Montreal em 2022, acordaram  23 metas globais para 2030 para combater a perda de biodiversidade e restaurar os ecossistemas. Estes objetivos incluem preservar um terço da natureza do planeta, proteger ecossistemas vitais, como florestas tropicais e pântanos,  os direitos dos povos indígenas, planos de gestão de resíduos sólidos, municipais, estaduais e nacionais, de gestão das águas, novos modelos de gestão da atividade mineração, com adoção das melhores práticas, o de veículos híbridos e o aumento na matriz energética das fontes renováveis.

Apesar de muitos acreditarem que a mudança deve acontecer em escala mundial e que apenas uma pessoa não consegue mudar o mundo, é fundamental que cada um faça a sua parte e que toda a sociedade reivindique o cumprimento das leis ambientais. Todos devemos assumir uma postura de responsabilidade ambiental, pois só assim conseguiremos mudar o quadro atual, vivermos na plenitude o desenvolvimento sustentável.

O esforço que vem sendo feito em todo o mundo, neste tema, nos faz ter esperança, e concluir que podemos comemorar sobretudo a conscientização ambiental de toda a população mundial.

 


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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