Há que saber envelhecer. E com dignidade. Se o tempo atua de forma implacável contra o corpo e a mente, a sabedoria deve prevalecer. Joe Biden precisa ser impedido, já, de continuar na campanha presidencial americana. É indigno para si, para o partido Democrata e para os Estados Unidos.
Sua performance no debate desta quinta-feira (27), promovido pela CNN, foi simplesmente triste. Nada de decepcionante, fraca ou quaisquer outros adjetivos. Tristeza resume o que se viu. Um senhor completamente incapaz de continuar em tão árdua e importante jornada. E justificadamente incapaz, diga-se.
Não escolhemos dia, hora e local para a morte ou o início da decrepitude. No máximo, podemos não colaborar, tomando cuidados cotidianos (segurança, hábitos saudáveis etc.). São a natureza e o acaso os líderes da nossa sorte. Se precoces, tardias ou adequadas a morte e as doenças, só “Deus” sabe.
Expor um senhor da idade e das fragilidades física e mental de Joe Biden, a um escrutínio público contra um ser detestável e abjeto como Donald Trump, beira as raias da crueldade. E se a escolha é dele, e não por pressão de terceiros irresponsáveis, que alguém o impeça de continuar em tão insana trilha.
Os Estados Unidos são a maior, melhor e mais bem-sucedida experiência da democracia mundial. Resistiram a tudo e a todos ao longo dos séculos, e resistirão, mais uma vez, ao bufão alaranjado se vencer as eleições (tudo indica que ocorrerá). Se Biden, Harris ou Pato Donald, pouco importa o oponente.
Por isso, em nome da dignidade humana, especialmente da dignidade de um idoso, que Biden termine seu mandato (muito bom, por sinal) em paz, e desfrute do fim da vida ao lado de quem ama. Ele e os Estados Unidos estarão bem melhores assim, ainda que sob a presidência de Trump.