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Imagem: Rafael Motta

Filarmônica de Minas Gerais, as mentiras não podem virar verdades


Paulo Leite

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Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks.


Acompanhamos com atenção durante a semana passada o “esperneio” de parte da comunidade cultural de Belo Horizonte. O mote, um vislumbre oportunista, era o compartilhamento da gestão da Sala Minas Gerais e Espaço Mineiraria, entre a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG) e o Serviço Social da Indústria (SESI/MG), braço da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Uma discussão que ganhou proporções desmedidas tendo em vista a necessidade de observarmos o tema de maneira isenta e sem a contaminação ideológica e partidária que permeia a vida dos habitantes desse cantinho tupiniquim do Planeta Terra.

Vivemos em uma realidade capitalista, embora muitos insistam em vir a pé da velha Albânia, e nessa realidade toda atividade prescinde de dinheiro, matéria que embora criticada também é adorada por esses velhos “albaneses”. Por conta dessa inexorável realidade, as despesas contraídas necessitam de receitas para fazer frente às mesmas. Os gastos necessários para a manutenção de uma orquestra filarmônica devem ser custeados por esse “vil metal”. De nada adianta seu regente, no caso em questão um encrenqueiro de plantão, sapatear na abertura de um dos espetáculos de sua Orquestra se ele à frente da sua Filarmônica não compreender essa “chapada” e dura realidade.

Não se ofenda caro Maestro porque se no controle da gestão de sua orquestra o senhor não é exemplo a ser seguido, na regência da mesma seu trabalho é muito bem executado. Eu mesmo sou um assíduo frequentador dessas apresentações.

Os valores necessários para custear tal atividade devem ser facilmente identificáveis e para tanto a gestão compartilhada do espaço ocupado, e eu escrevo ocupado porque não se trata de propriedade da Filarmônica, é a única saída para a continuidade do exercício da Filarmônica de Minas Gerais. Dividir a gestão daquele espaço, dar a ele novas ocupações e funções, é imperativo. Se resgatarmos a história veremos que tal compartilhamento já foi tentado, mas a resistência quase cega dos pseudo proprietários do local impediu que tal acordo fosse firmado.

Resultado a FIEMG, gestora do SESI Minas, rompe esse novo acordo atingida pelas mentiras que insistem em se transformar em verdades e deixa uma questão em aberto. Qual será a fonte de financiamento das atividades da Filarmônica, uma vez que os recursos públicos estão cada vez mais difíceis de serem alocados?

Ao estimado regente deixo uma pergunta: Estaria o senhor disposto a reduzir seus vencimentos e regalias em troca de uma gestão que para ser bem sucedida diminuísse a participação do dinheiro do pagador de impostos?

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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