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Oito tira-gostos certeiros em Belo Horizonte

Confira uma lista com opções de acepipes e porções de dar água na boca


Nenel Neto

Entretenimento

Entusiasta dos botecos, apresentador do Buteco 98 e jornalista do perfil Baixa Gastronomia no Instagram


Belo Horizonte é uma cidade onde se come bem. Muito bem, aliás.

Pra você não ficar perdidão entre tantas opções, seguem oito delas que são tiros certeiros.


Conserva de acepipes (Antônio e Marcão Bar)

Servida como acompanhamento do bem feito torresmo de barriga da casa, a conserva de acepipes preparada pelo Marcão é de comer ajoelhado.

Nela, a estrela é a azeitona. Na verdade, são azeitonas de vários tamanhos, com e sem caroço, verdes e pretas. Em meio a elas tem muçarelinha, mini cebolas e pimenta biquinho. Tudo temperado com ervas finas.

Palmas para quem não banaliza a pimenta biquinho e a utiliza com parcimônia e inteligência.

O Antônio e Marcão Bar fica na Rua Carmo da Mata, 644, no Saudade.

Xuranha (Bar do Valle)

A xuranha do Bar do Valle é das coisas mais gostosas da baixa gastronomia belo-horizontina.

Funcionando em um imóvel de 1931, o botequim tem uma bonita e rica estufa, mas a xuranha é frita na hora, somente após o pedido do cliente.

E, cá pra nós, tudo que é feito no momento é mais gostoso do que o que fica exposto durante horas na vitrine, não é mesmo?

É verdade que a xuranha demora um pouco pra sair, mais ou menos uns 20 minutos. Como ela é caprichada, maior do que uma bola de beisebol, há de se ter paciência na hora de fritar, para não correr o risco dela ficar crocante e perfeitamente dourada por fora, mas congelada no interior.

Portanto, vale a pena esperar.

Ah, por xuranha, entende-se: bolinho de carne empanado e recheado com queijo.

À Rua Grão Mogol, 426, no Carmo.

Língua recheada (Tia Rute)

Gosta de língua? A do Bar da Tia Rute é estupenda.

Recheada com linguiça defumada e bacon, é servida inteira e ladeada por perfeitas batatas cozidas. Tudo isso em meio a um molho vermelho com cebola e cebolinha.

A sempre bem-humorada Tia Rute chama o prato de língua da sogra!

Só vai e depois me conta.

Anota aí: Rua Guarda Custódio, 263, bairro Ouro Preto.

Camarão caribenho (Quintal do Degas)

Dos botecos belo-horizontinos da nova geração, o Quintal do Degas talvez seja o que mais arrasa.

Como o nome entrega, funciona no quintal da casa de Léo Degas, que recebe a rapaziada da melhor forma possível.

Quem comanda a cozinha com competência é a irmã dele, Priscila.

O camarãozinho frito chega à mesa carregado no suco de limão e com um toque generoso de pimenta. Não à toa, apelidei-o de camarão caribenho, pois, na primeira bocada que dei nesta delícia, me senti em uma praia deslumbrante com água cristalina.

Vá sem medo de ser feliz.

Para chegar no Degas basta ir até à Rua Turvo, 73, e depois se deslocar em direção às escadas que levam à comunidade Senhor dos Passos, daí é andar uns 50 metros e entrar no portão que estará do seu lado esquerdo.

A casa não abre todos os dias, por isso é indicado seguir a página oficial: @quintaldodegas.

Moela (Bar da Cida)

A moelinha perfeita existe e está te esperando no Bar da Cida, um clássico do bairro Floramar desde 1989.

Sempre fresquinho, este miúdo da galinha é servido banhado por um delicioso caldo e acompanhado por pedaços de batata cozida. Por cima, muita cebolinha verde picadinha, do jeito que eu gosto.

Em meio a tantas invencionices bizarras, instagramáveis e de pouco sabor, o Bar da Cida se mantém íntegro e servindo deliciosa comida de boteco.

Viva a moelinha! Viva o Bar da Cida! Viva o botequim!

À Rua Numa Nogueira, 287.

Tulipinha (Bar do Biluia)

Orgulho maior do bairro Glória, na região Noroeste de BH, o Bar do Biluia serve, diariamente, uma deliciosa porção de tulipinha (meio da asa) de frango frita na hora e coberta com muito alho frito à perfeição.

É daqueles tira-gostos viciantes, que a gente não consegue parar de comer.

O botequim de esquina conta com um pedaço dedicado a produtos de mercearia, e isso é lindo.

Tá lá na Rua Nínive, 345.

Pastelzinho meia-lua (Bar do Cabral)

No Bar do Cabral, um tanto de coisa gostosa é frita na hora, após o pedido do cliente. Exemplos? Os pasteizinhos, o disco de carne, a couve-flor empanada, o torresmo e a sensacional sambiquira coberta com muito alho.

Mas vamos falar aqui dos pasteis, que são clássicos boêmios.

Meus sabores preferidos são bacalhau com batatinha e napolitano, que é recheado com queijo, presunto e orégano.

Mas os outros também são sensacionais: queijo, milho e carne moída bem temperadinha e com batatinha, como deve ser! Confesso que o de frango eu nunca experimentei.

Quem prepara é o Zezé, que também é garçom da casa. Educadíssimo, ganhou de mim o apelido de gentleman.

Geralmente, ele frita umas unidades a mais e sai oferecendo nas mesas. Não há quem resista!

Além do talento na cozinha, Zezé é um verdadeiro garçom vendedor!

Para encontrar o Cabral é só se dirigir à Rua Herval, 384, no Serra.

Carne de sol na chapa (Mestre Maletta)

Minha pedida de lei, quando estou no Mestre Maletta, é a carne de sol acebolada, sempre deliciosa.

Localizado no segundo andar, pertinho da varanda do Edifício Arcângelo Maletta, este botecão serve ótimas carnes preparadas na chapa.

Baby beef e contrafilé fazem bonito, e quem gosta da combinação de frango com requeijão derretido vai passar bem.

Com passagem pela tradicional Cia. do Boi, o sócio-proprietário do Mestre, Geraldinho, trouxe de lá a receita da pasta de alho que eleva o sabor das carnes servidas na casa.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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