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Imagem: Instagram / Baixa Gastronomia

Primeira vez em BH? Dez lugares que você precisa visitar na capital dos bares!

Fiz uma lista “à prova de influencers” de endereços obrigatórios para quem ainda não conhece Belo Horizonte


Nenel Neto

Entretenimento

Entusiasta dos botecos, apresentador do Buteco 98 e jornalista do perfil Baixa Gastronomia no Instagram


Quase diariamente recebo mensagem privada no meu Instagram (@baixagastronomia) de alguém pedindo dicas de lugares para conhecer em Belo Horizonte. Geralmente, são pessoas que nunca vieram à nossa cidade, ou seja, são turistas de primeira viagem. É por isso que decidi fazer esta lista. Não espere dela grandes novidades ou épicas descobertas, tão buscadas por uma nova onda de influenciadores digitais que sofrem da patética síndrome de Cristóvão Colombo e que acham que inventaram a roda a cada postagem no reels do Instagram ou no Tik Tok.

Algumas sugestões aqui são até óbvias, mas são certeiras. Afinal, mais vale um bar e restaurante conhecido e com boa reputação do que um cenário de desenho animado que serve drinques em um pato dentro de uma banheira e nuggets de saco amarelo finalizados em uma Air Fryer.

Sigam-me os bons e sejam bem vindos (as) a Belo Horizonte. 

Café Palhares 

Eu começaria pelo octogenário Café Palhares. Principalmente se o turista vier a BH de ônibus, já que o restaurante fica pertinho da rodoviária. 

Aberto em 1938, o Palhares serve um único prato durante o dia todo. Trata-se do kaol, um clássico composto por arroz, farofa de feijão, couve, torresminho, molho ralo de tomate, ovo frito e uma carne à escolha, que pode ser linguiça (a opção original), pernil fatiado, língua bovina, dobradinha ou carne cozida. 

Esta é a versão atual do prato, que nasceu bem mais simples, apenas com arroz, ovo e linguiça. O K é de cachaça, já que, nos anos 1950, quando da criação do prato, era costume tomar uma dose da “marvada” para abrir o apetite. Cachaça com K mesmo, para dar mais pompa ao prato, como dizia o jornalista e boêmio Rômulo Paes, responsável por batizar o prato.

O kaol é um dos símbolos de Belo Horizonte. Portanto, este já seria um grande começo para impressionar o turista em sua primeira visita à capital mineira. 

Endereço: Rua Tupinambás, 638 – Centro. 

Bar do Zezé 

Belo Horizonte não se limita ao interior da Avenida do Contorno. É importante mostrar isso ao visitante, para que ele tenha uma noção mais real da cidade. Sendo assim, vale uma ida à região do Barreiro para visitar o ótimo Bar do Zezé, que serve o melhor da comida de boteco.

Minhas sugestões são o jiló recheado em bacon e os bolinhos de carne e de milho com bacalhau. Se o turista quiser algo mais robusto, tem o “trupico mineiro”, composto por feijão carioquinha, costelinha, lingüiça, pé de porco, torresmo e mostarda refogada, e o “encontro marcado”, escalado com carne de panela, jiló recheado, angu, queijo, cebola e cebolinha.

Endereço: Rua Pinheiro Chagas, 406 – Barreiro. 

Cantina do Lucas 

Eu continuaria mostrando os clássicos da cidade, e um deles é a Cantina do Lucas, que existe no Edifício Maletta desde 1962. É daqueles lugares que servem pratos robustos, para dividir, no sistema à la carte. Alguns destaques do vasto cardápio são o filé à parmegiana, o talharim à parisiense (com creme de leite e ervilha) e o peixe ao comodoro, que é um surubim gratinado com molho rosé e aspargos. 

Endereço: Edifício Arcângelo Maletta (Avenida Augusto de Lima, 233 – Centro / loja 18). 

Bar do Toninho 

Belo Horizonte tem uma grande colônia sírio-libanesa. Para nós, quibe, pasta de grão de bico e conserva de berinjela são tão tradicionais quanto tutu de feijão e pé de porco ensopado. E quando acontece a junção de comida árabe e boteco, duas paixões locais, a chance de dar certo é enorme.

O Bar do Toninho oferece, desde 1983, comida síria da melhor qualidade. A coalhada seca é de comer de joelhos. Ótimos também são o quibe cru e o homus tahine (pasta de grão de bico), que chegam à mesa com muito azeite e mini bastões de cebola crua, numa linda apresentação do prato.

Na estufa fria ainda há lagarto bovino finamente fatiado com pimentões coloridos e dois tipos de conservas de berinjela. Da vitrine quente saem quibe frito e esfiha fechada. Às quintas-feiras é servido quibe assado. Às terças, charuto de repolho. E a cerveja está sempre geladíssima. 

Endereço: Rua Níquel, 246 – Serra. 

Comercial Sabiá 

Para um café bem mineiro, com direito a quitutes e quitandas de primeiralinha, leve o turista ao Comercial Sabiá, no Mercado Central. Te garanto que ele vai se amarrar. Três indicações luxuosas: o pão de queijo recheado com excelente pernil e queijo, a melhor broa de fubá do mundo e um bolo de mexerica pra comer rezando. Tudo acompanhado por um bom cafezinho, na xícara ou no copo lagoinha. 

Endereço: Mercado Central (Avenida Augusto de Lima, 744 – Centro / número: R-14 / 156). 

Nino Pizzaria 

Pizzas à calabresa, portuguesa e margherita a gente encontra em qualquer lugar, mas, de palmito à bolonhesa é criação belo-horizontina. E, pode acreditar, é deliciosa. Entre tantas boas casas que oferecem esta combinação, indico a Nino Pizzaria, que existe desde 1982 e que serve redondas caprichadas com coberturas voluptuosas. 

Endereço: Rua Coronel José Benjamim, 824 – Padre Eustáquio. 

Bar do Careca 

Templo da culinária mineira de boteco, o Bar do Careca é dos mais lindos que existem em Belo Horizonte. O piso escancara as marcas do tempo, e as paredes abraçam as garrafas de cachaça que ficam sobre as prateleiras. Pra comer há língua de boi, mãozinha de porco e moela, que chegam com molho vermelho e borbulhando em panela de pedra. 

Sensacional, a carne bovina cozida e frita é coberta por alho e acompanha mandioca cozida na manteiga de garrafa. O feijão tropeiro completo – com couve e bifes de lombo – também é pedida certeira. Não tem como não amar o Bar do Careca. 

Endereço: Rua Simão Tamm, 395 – Cachoeirinha.

Quintal do Degas 

Dos botecos novos de BH, o Quintal do Degas talvez seja o que mais arrasa. Como o nome entrega, funciona no quintal da casa de Léo Degas, que recebe a rapaziada da melhor forma possível. 

Quem comanda a cozinha é sua irmã, Priscila, que manda muito bem no quesito. Vá em busca do “croc-croc” do torresmo de rolo, que é sensacional. 

Cá pra nós, seria um grande erro vir à nossa cidade e não se deleitar ao menos uma vez com o néctar suíno. 

Endereço: Rua 15 de abril, 75 – Lagoinha. 

Bolão e Mercearia do Nivaldo 

Pra fechar o passeio com o amigo turista é preciso ir a Santa Tereza, bairro encantador que consegue ser, ao mesmo tempo, bucólico e agitado. 

Foi nele que surgiu o Clube da Esquina e o Sepultura. Boêmio como poucos, o Santa Tereza abriga há mais de 60 anos o famoso Bolão, que já salvou e continua salvando os ébrios madrugada afora. Passe por lá, coma um pão com molho à bolonhesa e queijo ralado e parta para a sensacional. 

A Mercearia do Nivaldo, cujo nome oficial é Mercadinho Bicalho, tem quase 40 anos e serve a almôndega mais disputada da cidade. O queijo minas frito e a batata recheada também fazem bonito. Tudo isso em plena praça principal do bairro. Um luxo só. 

Endereços: Bolão (Praça Duque de Caxias, 288 – Santa Tereza) / Mercearia do Nivaldo (Rua Mármore, 556 – Santa Tereza)

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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