Foi na madrugada do dia 24 para o dia 25 de julho de 2013 que o Atlético e o atleticano viveram talvez sua noite mais especial. O lento gol de Leonardo Silva e os pênaltis que deram ao clube o título da Copa Libertadores estão completando dez anos nessa semana e o cenário atual não lembra em nada a noite feliz vivida no Mineirão. Oito jogos sem vitória e a modesta 13ª posição no Campeonato Brasileiro são um retrato ruim e que podem fazer o Galo terminar o ano com um fato raro desde que levantou o caneco continental. De lá pra cá, só em duas temporadas não conseguiu se classificar para a Libertadores (2018 e 2020).
O risco em 2023 parece real, por vários motivos. Ainda que a distância em pontos para o G-6 do Campeonato Brasileiro seja de apenas quatro pontos neste momento, a distância em desempenho parece bem maior. Se pegarmos não só os resultados mas o que produziram todas as vinte equipes da competição nas últimas cinco rodadas, o Atlético está entre os piores. E ainda não conseguiu mostrar muito poder de reação, ainda que o jogo contra o Grêmio tenha deixado alguns poucos sinais positivos. O duelo duríssimo do fim de semana contra o Flamengo pode mostrar se a melhora do jogo foi circunstancial por levar o gol muito cedo ou se está realmente relacionada a uma melhora dentro de campo.
Se olharmos para o projetado antes do início do Campeonato Brasileiro, a campanha atual é uma tragédia. Se olharmos para o futuro do projeto esportivo, também. Inaugurar a Arena MRV fora da principal competição do continente certamente está muito longe dos planos da velha nova diretoria. E a reação precisará, provavelmente, vir sem a chegada de reforços, na contramão de uma janela já fortemente impactada pelos acordos recém assinados entre clubes e suas respectivas "ligas".
Talvez por isso, o Atlético se apegue tanto à própria Libertadores. Por incrível que pareça, hoje, o mata-mata continental parece não só o caminho mais curto mas também o caminho mais provável para voltar à competição em 2024. Foi também pensando na ótima campanha finalista do ano passado que o Atlético optou por contratar Felipão. O problema é que o treinador, especialista em respostas rápidas e curto prazo, não deu respostas até aqui. No médio/longo prazo é que ele precisará encontrar soluções.
Ainda há tempo e elenco para que o Galo possa se recuperar. Seja reagindo na tabela do Campeonato Brasileiro ou se mostrando pronto para competir contra o Palmeiras na Libertadores. Mas não dá para continuar esperando para melhorar de fez o desempenho, com o risco de ficar tarde demais.