“Muitos duvidaram de mim”. Essa foi a frase dita por Lando Norris em entrevista após vitória no Grande Prêmio de Miami, nos Estados Unidos, neste domingo (5). Não é exagero dizer que Norris é um dos pilotos mais talentosos do grid atual da F1. Em questão de talento bruto, enxergo apenas quatro a sua frente: os três campeões mundiais, Lewis Hamilton, Max Verstappen e Fernando Alonso, além do promissor Charles Leclerc.
Norris já mostrava o seu talento desde a época do kart. Foi campeão mundial aos 7 anos de idade, sendo o vencedor mais novo da história da categoria. Por incrível que pareça, o inglês era fã da Moto GP e tinha o multicampeão Valentino Rossi como a sua grande referência. Mas foi com os carros monoposto, sobretudo na F1, que Lando obteve destaque e seguiu carreira.
Como característica, Lando Norris sempre foi um piloto que se destacou na chuva. Mantém um ótimo nível de aderência, mesmo na parte suja da pista. Também consegue dominar o carro, independentemente do ajuste e da qualidade do equipamento. Para completar, é um piloto extremamente rápido.
Dito isso, segue o grande questionamento: o que falta para o britânico deslanchar de vez na F1 e obter melhores resultados? A resposta é simples: o mesmo que falta ao Leclerc. A mentalidade de um campeão. Foco que os grandes atletas conseguem desenvolver. Consequentemente, ele conseguirá ser ainda mais consistente e terá um excelente ritmo de corrida. Mentalidade que sobrou no último final de semana.
Nas ruas de Miami, Norris guiou como um leão e contou com a brilhante estratégia da McLaren. Além, é claro, do acidente envolvendo Kevin Magnussen e Logan Sargeant. Com a entrada do safety car, o líder, com mais de 33 segundos de vantagem a frente do P2, Max Verstappen, parou para a troca de pneus e ainda retornou na liderança com uma vantagem considerável. Sem o safety car, Norris, após a parada, talvez não conseguiria acompanhar o ritmo de Max e sua Red Bull.
Com a liderança assegurada nas últimas voltas, o inglês mostrou um excelente ritmo de corrida e soube administrar, com destreza, a boa distância que abriu em relação ao holandês. Foi gigante. Para completar, tirou um verdadeiro caminhão de suas costas. Antes, colecionava 15 pódios e nenhuma vitória.
Agora, o desejo é de que Norris mantenha a mesma mentalidade vencedora, demonstrada no último GP, e se consolide como um dos rostos da F1 nas próximas temporadas. Talento, o inglês tem de sobra. No mais, segue uma informação aleatória, porém representativa: a McLaren voltou a vencer, coincidentemente, na mesma semana em que foram completados 30 anos da despedida de Ayrton Senna, tricampeão pela equipe em 1988, 1990 e 1991. Algo extremamente simbólico.