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Imagem: Divulgação / Redes Sociais

Senna x Schumacher: uma rivalidade que entraria para a história

Se não fosse o fatídico acidente de Ímola, os dois pilotos seriam os rostos da F1 na segunda metade dos anos 90


Mateus Liberato

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Graduado em Jornalismo Multimídia no Centro Universitário Una. Social Media na Rede 98.


Há exatos 30 anos, falecia Ayrton Senna da Silva. O melhor piloto da história da F1. Sim: é importante diferenciarmos os termos “melhor” e “maior”. Entre os maiores, Lewis Hamilton e Michael Schumacher se destacam pelos números e pela consistência. Já entre os melhores, Senna, ao lado de Jim Clark, está acima dos demais. Isso, considerando habilidade, arrojo, ritmo de corrida, desempenho na chuva, etc. O brasileiro dominava os seus carros como poucos.

Por falar em Michael Schumacher, foi em 1994 que veio o primeiro título do heptacampeão mundial. Ano em que o mundo lamentou a morte de Ayrton Senna no fatídico acidente do Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália. Dessa forma, a temporada ficou marcada pela despedida de uma lenda e o nascimento de outra. Além de termos perdido o nosso tricampeão do mundo no auge da carreira, perdemos também a oportunidade de presenciar aquela que, talvez, seria a maior rivalidade da história do automobilismo.

Senna vinha de outra rivalidade épica, com o tetracampeão e companheiro de McLaren, Alain Prost. Dentro da equipe inglesa, eles representavam a dupla perfeita, apesar da enorme faísca. De um lado, um brasileiro extremamente rápido, arrojado e que conseguia extrair o máximo do carro. Guiava no limite. Do outro, um francês cerebral, pragmático e cauteloso. Sabia como ninguém administrar um campeonato. Senna não seria o que foi sem o Prost. E vice-versa. É o tipo de rivalidade que engrandece o atleta. Rivalidade que ficou marcada.

Porém, Senna x Schumacher tinha potencial para ser algo maior. A justificativa se deve pelo simples fato de o alemão ter características de pilotagem parecidas com as do brasileiro. A personalidade também era extremamente semelhante. Eram dois leões que já se estranhavam em temporadas anteriores.

Além disso, Schumacher também era mais talentoso que Prost. Juntos, seriam os rostos da maior categoria do automobilismo na segunda metade dos anos 90. Senna pela Williams, e Schumacher capitaneando a Benetton e, posteriormente, a Ferrari. Rivalidade que poderia mudar os rumos da F1. Um jovem piloto extremamente talentoso, diante de um veterano que dominava a categoria. Roteiro de cinema.

Infelizmente, tudo isso ficou apenas no campo da imaginação. Senna teve a sua carreira interrompida de forma precoce, enquanto Schumacher, sem grandes rivais a altura do seu talento, foi bicampeão em 1994 e 1995 e iniciou a sua dinastia de cinco títulos consecutivos pela Ferrari, entre 2000 e 2004.

Dito isso, Senna deixou um legado enorme no esporte a motor. Após três décadas, continua inspirando novas gerações. Um ser imortal e que se tornou um verdadeiro sinônimo de referência. Porém, o gosto do “se” permanece intacto entre nós.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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