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Imagem: Marcello Oliveira/Arquivo Pessoal

Honda City muda para se igualar a carros mais caros

Sedan tenta se aproximar dos Hondas mais sofisticados para conquistar clientes do antigo Civic. Confira o nosso teste


Marcello Oliveira

Notícias

Jornalista automotivo, com passagens pelo Portal Vrum, programa Vrum e revista Quatro Rodas


O aprimoramento que o Honda City passou nos últimos anos o alavancou ao status de substituto natural dos proprietários do antigo Civic e que não queriam sair da marca. O novo Civic ficou fora da realidade da maioria desses consumidores ao ser vendido por aqui por mais de R$ 260 mil. Então, para quem não aderiu à moda dos SUV, o City passou a ser uma boa opção. Mas será que ele substitui o velho Civic à altura?

Agora ele passa pela primeira reestilização nesta geração, que chegou em 2021. Ele recebeu equipamentos e atualizações em vários pontos.

O City 2025 tem um objetivo: ganhar mais requinte e manter a qualidade técnica e de rodagem, além do conforto que já é conhecido e aclamado.

O que mudou?

De cara assim, é bem difícil adivinhar o que mudou entre o City 2021 e o 2025. Mas se repararmos os detalhes com calma, as diferenças vão surgindo. Na dianteira, a barra cromada superior é mais fina e discreta, o que revelou uma grade maior e com elementos horizontais, assim como na parte inferior do para-choque e nas molduras dos faróis de neblina. O para-choque em si muda pouco, com pontos mais destacados e vincos mais pronunciados nas extremidades inferiores enquanto os faróis full-LEDs são os mesmos.

Na traseira, o para-choque ganhou vincos nas extremidades, que guardam os refletores, que saíram a posição vertical para horizontal. Até os sensores de estacionamento mudaram de posição, mais baixos, para acompanhar essa leve mudança. Nas laterais, muda o desenho das rodas de 16". Aí está uma mancada da Honda, que poderia ter adotado rodas 17” pelo menos na versão top de linha a Touring, que foi a que testamos. As rodas atuais, apesar de novas e bonitas, ficam apagadas por conta do tamanho total do carro.

Foto: Marcello Oliveira/Arquivo Pessoal

Interior melhorado

Por dentro, algumas novidades legais. Finalmente veio o freio de estacionamento eletrônico com autohold e, para isso, adotou freio a disco no eixo traseiro. Onde era a alavanca no console central, abriu-se espaço para um eficiente carregador por indução que, acomodou bem um iPhone 15 pro max, por exemplo. Mas, se você frear forte, o telefone escorrega. O novo sistema multimídia agora tem tela de 10" e nova interface, mais próxima com a encontrada nos Honda mais caros, como Civic e Accord, e a adição do ar-condicionado automático de duas zonas também é um pequeno luxo da versão Touring.

Foto: Honda/Divulgação

O Honda City manteve debaixo do capô o 1.5 aspirado, com injeção direta, com seus 126 cv e 15,5/15,8 kgfm de torque, fazendo par com o câmbio CVT que simula sete marchas, O câmbio não é ruim, mas como o torque é potência máxima só chega lá nos 4.600 rpm, o giro sobe demais, transferindo um ruído desagradável para a cabine.

O City sedan 2025 ficou mais comprido, mas isso não significa que ganhou mais espaço, mas nem precisava. O crescimento do comprimento total (4,57 m ao todo) é pelos novos para-choques. O entre-eixos de 2,60 m se manteve o mesmo e dá ao City um ótimo aproveitamento tanto nos bancos dianteiros quanto no traseiro. Os bancos são bem confortáveis e isso foi elogiado por todos os ocupantes, na frente e atrás.

Na fileira traseira, duas saídas de ar-condicionado fazem uma boa diferença no uso, assim como duas portas USB-C para recargas de smartphones. Ainda há portas USB-A, o que ajuda bastante.

No porta-malas, os 519 litros são bem aproveitados e é um dos maiores do segmento. Usamos ele na totalidade em uma viagem entre São Paulo e Belo Horizonte (590 km) para quatro adultos. O que atrapalhou um pouco foi a antiquada alça do tipo “pescoço de ganso” e rouba bastante espaço.

O City tem um bom equilíbrio na relação entre conforto e dirigibilidade, com uma direção comunicativa de bom peso e uma suspensão que trabalha silenciosa, sem muitas reclamações mesmo em ruas mais esburacadas. Não virga a empolgar, mas também não te passa insegurança e nem aquela sensação de carro chato para dirigir em uma viagem, por exemplo. É um típico carro japonês, com boa construção e equilíbrio, mas sem sobras de emoção.

Faltou um turbo

Infelizmente a Honda não tem um motor 1.0 turbo em seu catálogo de compactos. Preferiu o 1.5 aspirado, com injeção direta, que tem suas qualidades. Uma delas é o consumo, onde chegamos a razoáveis 11 km/litro de gasolina na cidade.

Na estrada, pesado, com quatro adultos e o porta malas cheio, tivemos duas medições com dois resultados diferentes. O primeiro, no trecho SP-BH, chegou aos 13,8 km/litro. A falta de força no morro 1.5 força giro mais alto na rodovia, o que acaba prejudicando o consumo um pouco. Mesmo assim esperava-se mais. Porém, na vota para São Paulo, pela mesma rodovia porém com apenas dois adultos e o porta malas menos cheio. Neste trajeto, rendeu 16,5 km/litro de gasolina. Neste caso sin, um número respeitável.

O City na versão Touring segue com um bom pacote de assistentes de condução, com piloto automático adaptativo, assistente de faixas e alerta de colisão com frenagem automática, além da câmera lateral que tenta fazer o papel de alerta de ponto-cego.

Por R$ 142 mil, não é mais um carro tão barato e ele cobra seu preço pelos equipamentos, mas é um bom sedã com qualidades conhecidas dos carros de origem japonesa.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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