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Imagem: Foto: Alexandre Netto/ALMG

PL deixa de ser base governista em Minas. Mas quais os impactos dessa decisão?

Partido se prepara para defesa maior das pautas bolsonaristas


Paulo Leite

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Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.


A recente decisão do Partido Liberal (PL) de Minas Gerais de sair da base de apoio ao governo Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa e se tornar uma bancada independente marca um novo capítulo na política mineira.

Poderia a saída do PL indicar um enfraquecimento da base governista na Assembleia?

Essa é uma pergunta que requer um exercício de observação das relações parlamentares. Em uma casa legislativa onde os bastidores dos gabinetes sempre ditam a regra do jogo, é simplista adotar o raciocínio de que a saída de um partido, embora robusto, com 11 deputados, possa significar um enfraquecimento da base governista. Mesmo quando fazia parte da base, alguns deputados do PL, em determinados temas, votavam alinhados à oposição.

Conversando com o agora líder da bancada do PL, deputado Bruno Engler, fica clara a disposição da nova bancada em defender posições alinhadas ao grupo bolsonarista, que constitui a maior parcela desse partido.

“O PL tomou a decisão de se desmembrar do bloco e passar a atuar como bancada porque parlamentares do partido entenderam que o PL pode e deve ter uma voz mais ativa. Como bancada, terá mais autonomia na defesa de seus valores e princípios", afirma Engler.

Ele ainda acrescentou que, desde o início do ano, parlamentares pediam uma posição mais definida na defesa de valores alinhados às pautas conservadoras. Ele considera natural que o PL pleiteie uma posição parlamentar mais “puro-sangue”, o que dificultaria a acomodação de suas ideias em um bloco de apoio.

Bruno Engler ressaltou que debateu as posições da bancada do partido com o presidente da Casa, deputado Tadeuzinho, que considerou legítima a decisão do PL.

Para ele, o partido continua se considerando base de apoio dos projetos do governo, reservando-se o direito de discordar em questões pontuais, como pautas ligadas à segurança pública.

Engler será o líder da bancada do PL, consolidando seu lugar na legenda, especialmente após seu desempenho nas últimas eleições municipais.

Para o governo, essa decisão dos parlamentares do PL é natural, uma vez que eles sempre acompanharam os projetos apresentados pelo Executivo de maneira independente, embora apoiando-os na maioria das vezes.

Para o secretário de Governo, Gustavo Valadares, o PL, que tem a maior bancada da Assembleia desde o início do atual governo, vota as pautas governistas alinhado com as proposições do Executivo.

“É natural que não exista unanimidade, principalmente em política. Sempre haverá quem tenha posições discordantes e que, por vezes, se alinhe à oposição. Mas a ampla maioria dos deputados do PL reconhece a disposição do governo, que trabalha de forma muito clara para a transformação do estado para melhor”, disse.

Valadares ainda destacou que 2025 será um ano de muito trabalho, com vários projetos do Propag a serem aprovados, além da privatização da Copasa e da incorporação da Cemig, exigindo muito esforço na busca pelo diálogo com os líderes dos partidos. “Minas não pode retroceder ao que era há sete, oito anos”, completou.

Resta observar o desenrolar das relações do governo com a Assembleia. Fazendo uma analogia com a linguagem futebolística: as regras estão postas e os treinadores das equipes definem suas táticas e estratégias. Mas, o que realmente importa, é como o jogo será jogado.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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