Opinião

  1. Notícias
  2. Opinião
  3. STJ define novas regras para cálculo de ICMS e energia renovável
Imagem: Divulgação/STJ

STJ define novas regras para cálculo de ICMS e energia renovável

Em duas decisões recentes, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu novas diretrizes para o cálculo de impostos e para a compensação financeira de empresas de energia renovável.


Gustavo Figueiroa

Notícias

Consultor Jurídico na área de Infraestrutura, concessões de serviços públicos e na estruturação jurídica de negócios privados. Graduado e Mestre em Direito. Professor em cursos de Graduação e Pós-Graduação.


O Superior Tribunal de Justiça decidiu que o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) devem ser incluídos na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em determinadas situações. Essa decisão, que diverge do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), baseia-se na premissa de que o valor da operação utilizado para calcular o ICMS engloba mais do que apenas o preço do produto, incluindo outros custos.

A inclusão do PIS e da Cofins na base de cálculo do ICMS deve gerar debates sobre a carga tributária das empresas e o impacto no preço final dos produtos para o consumidor. A decisão do STJ, ao ampliar a base de cálculo do ICMS, pode resultar em um aumento da arrecadação para os governos estaduais.

Em outra decisão importante, o STJ suspendeu decisões que obrigavam as distribuidoras de energia a ressarcirem integralmente as empresas de geração eólica e solar por interrupções no fornecimento. O tribunal entendeu que essa compensação integral seria um ônus excessivo para os consumidores e que a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que limitou a compensação financeira, não extrapolou os limites de sua competência.

Essa decisão pode impactar significativamente o setor de energia renovável, gerando incertezas para as empresas do setor e podendo afetar os investimentos em geração eólica e solar. A limitação da compensação financeira pode desestimular novos investimentos nesse tipo de energia e dificultar o cumprimento das metas de transição energética.

As duas decisões do STJ demonstram a complexidade das questões tributárias e energéticas no Brasil e a importância das decisões judiciais para moldar o ambiente de negócios e a política pública. A inclusão do PIS e da Cofins na base de cálculo do ICMS e a limitação da compensação financeira para as empresas de energia renovável são temas que certamente gerarão debates e podem ter um impacto duradouro na economia brasileira.

É fundamental que o Governo, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário trabalhem em conjunto para encontrar soluções equilibradas que promovam o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade ambiental e a justiça social. A busca por um sistema tributário mais justo e eficiente, aliado a políticas públicas que incentivem a produção de energia renovável, são desafios cruciais para o futuro do país.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
Colunistas

Carregando...


Saiba mais