Tecnologia

  1. Notícias
  2. Tecnologia
  3. Decisão da Meta é 'convite para ativismo da extrema-direita', diz secretário de Lula
Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Decisão da Meta é 'convite para ativismo da extrema-direita', diz secretário de Lula

João Brant falou sobre anúncio que colocou fim ao recurso de checagem Facebook, Instagram e Whatsapp


Por Marcelle Fernandes

O secretário de Políticas Digitais do governo federal, João Brant, criticou o anúncio da Meta, nesta terça-feira (07/01), de encerrar a ferramenta de checagem de informações no Facebook, Instagram e Whatsapp.

As mudanças foram anunciadas por Mark Zuckerberg, presidente-executivo da empresa, em uma postagem no Instagram.

Por meio de nota publicada em sua conta no X (antigo Twitter), Brant disse que a decisão "amplia a centralidade dos esforços internacionais feitos no âmbito da ONU, UNESCO, G20 e da OCDE para reforçar a agenda de promoção da integridade da informação" nas redes comandadas pela big tech.

Sobre a checagem das informações, o secretário afirmou que a big tech pretende "asfixiar financeiramente" as empresas que realizam esse tipo de serviço nas plataformas, e falou ainda que a Meta vai atuar no âmbito internacional de forma articulada com o governo de Donald Trump para combater políticas da Europa, do Brasil e de outros países que buscam equilibrar direitos no ambiente online.

"A declaração é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump", disse João Brant.

O secretário do governo Lula sinalizou também que a declaração de Zuckerberg se refere ao STF como "corte secreta" e questiona o viés da própria equipe de checagem da Meta.

"É uma declaração fortíssima, que se refere ao STF como ‘corte secreta’, ataca os checadores de fatos (dizendo que eles ‘mais destruíram do que construíram confiança’) e questiona o viés da própria equipe de ‘trust and safety’ da Meta – para fugir da lei da Califórnia", comentou Brant.

Para João Brant, o anúncio antecipa o início do governo Trump e explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online.

Mudanças na Meta

A partir de agora, os usuários de Facebook, Instagram e Whatsapp poderão acrescentar notas com informações verificadas em publicações potencialmente polêmicas ou enganosas, de modo a adicionar contextos ou corrigir notícias falsas que tenham sido veiculadas para gerar engajamento nas plataformas.

A nova ferramenta será implementada, inicialmente, nos Estados Unidos, mas em breve deve chegar ao Brasil.

De acordo com Mark Zuckerberg, "agora, nosso foco será em filtros para combater violações legais e de alta gravidade. Para casos de menor gravidade, iremos depender de denúncias, antes de tomarmos qualquer ação. Isso significa que identificaremos menos conteúdos problemáticos, mas também reduziremos a remoção acidental de postagens e contas de pessoas inocentes", disse o presidente-executivo da big tech em comunicado.

Colunistas

Carregando...


Saiba mais