Um governo que vive caçando inimigos nas redes sociais para depois puni-los, ou usá-los como bode expiatório, deixa de entender a difícil vida de quem acorda, trabalha, vai as compras e vê, cada dia mais, seu dinheiro valer cada vez menos.
A agitação dos inquilinos de plantão em Brasília, para dar uma satisfação à população pela dificuldade em equacionar salário e despesas na hora de comprar, especialmente alimentos, mostra o descompasso entre a vida palaciana e a realidade.
Comemorar números de uma macroeconomia que são insustentáveis e que não atingem o cotidiano dos cidadãos poderia, em princípio, desviar a atenção de quem paga as contas nos checkout dos supermercados e nos caixas de açougues e padarias. Mas não, a conta chegou e a “planaltada” toda se ouriça quando descobre que viver fora das despesas pagas pelo erário e comportar-se como cidadãos comuns está cada vez pior.
O presidente, Lula III, em reunião com a ministrada, eleva o tom e diz que é preciso garantir comida na boca dos pobres desse país.
"E a picanha?", perguntam uns.
A vontade de responder como na 5ª série é enorme.
Fica só nas duas primeiras silabas.
O ministro Rui Costa, em vídeo, apressa-se em desmentir o que o governo disse nas entrelinhas.
“Não haverá fiscais do Lula. Não haverá supermercados do governo. Nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá tabelamento e nem congelamento de preços".
E, fazendo um exercício de futurologia, diz ainda que “mesmo se apresentadas no futuro, as medidas não serão aceitas.”
É engano meu ou o açodamento em desmentir o que ele chama de especulação parece medo de que se repita o caso Pix e o governo ter que desdizer o que nunca tinha dito e que disse, mas não disse?
O problema do atual governo não se resume na troca do responsável pela comunicação. Pimentas por Sidônios não resolverão problemas de falta de políticas e de uma visão desconectada da atual realidade da vida do brasileiro.
E percebam que não mencionei o controle de preços dos combustíveis, pois quando a barreira estourar…