A Síndrome de Burnout (do inglês, queima que vem do exterior) foi descoberta nos Estados Unidos em 1974 e foi primeiramente descrita em trabalhadores de saúde, professores e policiais.
Ela também é conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional, já que a principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho ou o excesso de cobranças relacionadas ao trabalho. Situações de trabalho desgastantes, competitivas, assediantes ou profissionais que atuam diariamente sob pressão e muita responsabilidade, são fatores que contribuem para o início e a manutenção do quadro.
Pessoas perfeccionistas, que se cobram muito e têm um alto padrão de exigência consigo e com o outros também têm mais chance de desenvolver o transtorno.
Os principais sintomas da Síndrome Burnout são:
- Irritabilidade;
- nervosismo;
- impaciência;
- sensação de cansaço extremo;
- esgotamento físico e mental;
- dores de cabeça frequentes;
- insônia;
- alterações para mais ou para menos no apetite;
- dificuldade de concentração;
- falhas de memória;
- sentimentos de fracasso, incompetência, impotência ou insegurança;
- oscilações bruscas do humor;
- ansiedade;
- pessimismo;
- dores musculares;
- pressão alta e outros.
É comum que as pessoas com a Síndrome de Burnout comecem a faltar muito ao trabalho, além de ter o rendimento profissional diminuído. Isso reforça a sensação de incompetência e insegurança, agravando ainda mais o quadro.
Geralmente os sintomas iniciais são leves, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Na maioria das vezes, o quadro melhora muito ou desaparece com o afastamento do trabalho. Algumas pessoas, entretanto, evoluem para depressão ou para outros quadros psiquiátricos mais graves.
O que aconteceu durante a pandemia
A pandemia alterou, para grande parte da população, a forma de trabalho e a relação com o mesmo. O home-office afastou os colegas, acabou com as “pausas para o cafezinho” e com os momentos de descontração. Durante esse período, percebemos o quão importante são esses pequenos momentos de descanso e o quanto fazem falta os relacionamentos interpessoais.
Além disso, os limites entre o trabalho e a vida pessoal se tornaram tênues e muitas vezes imperceptíveis. Não há hora para o fim do expediente e as demandas acontecem o tempo todo. É difícil realizar o trabalho na nossa casa, que antes era o nosso ambiente de descanso, e agora se transformou em escritório, escola e academia de ginástica. É muito difícil conciliar o home-office, os cuidados com as crianças e as atividades escolares. É tanta demanda que perdemos o foco e constantemente nos vemos ultrapassando os nossos limites! Tudo isso fez com que, desde o início da pandemia pelo COVID-19, a prevalência da Síndrome de Burnout aumentasse em 51% no Brasil, segundo a Fundação Dom Cabral.
Como prevenir a Síndrome de Burnout
A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é por meio de estratégias que reduzem o estresse e a pressão no trabalho.
Pequenas atitudes durante a rotina de trabalho são de grande valia, como fazer pequenas pausas para relaxar, conversar com os colegas e alongar o corpo. Também é importante estabelecer um estilo de vida mais saudável com atividades físicas, alimentação balanceada, pelo menos oito horas de sono por noite, atividades de lazer e diversão. Portanto, é fundamental manter o equilíbrio entre a vida profissional, familiar e social.
Nos momentos de estresse, o uso de bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas parece tentador, pois realmente pode aliviar os sintomas a curto prazo. O problema é que essas válvulas de escape têm um efeito muito breve e logo depois o estresse volta ainda pior. Portanto, evitar o uso dessas substâncias, assim como de medicações por conta própria, é fundamental para a prevenção da Síndrome de Burnout.
Como reduzir o Burnout
Algumas dicas e condutas simples podem ser implementadas no home-office para reduzir a chance da Síndrome do Esgotamento Profissional:
- Estabelecer um ambiente silencioso e específico para a realização das atividades de trabalho;
- seguir uma rotina de trabalho como se estivesse no trabalho presencial (com horários fixos para iniciar, descansar, almoçar e terminar);
- se vestir como se estivesse saindo para trabalhar (isso ajuda seu cérebro a entender que você vai realizar as atividades laborais, aumentando o foco e a concentração);
- evitar distratores, como televisão, smartphones e outros estímulos não relacionados ao trabalho;
- estabelecer horários de descontração com os colegas, nos quais vocês possam conversar sobre outros assuntos que não sejam relacionados ao trabalho
Como tratar a Síndrome de Burnout
O tratamento mais eficaz para a Síndrome de Burnout é o afastamento temporário do trabalho e/ou das situações geradoras de estresse. É de grande ajuda tirar férias, passar mais tempo com a família e os amigos, e realizar atividades relaxantes, como a meditação, o alongamento e o ioga.
A mudança dos hábitos e do estilo de vida é fundamental para prevenir recaídas, assim como o estreitamento dos laços sociais e familiares. A participação nas atividades da comunidade e nos grupos de autoajuda, e o desenvolvimento da espiritualidade e da religiosidade também são práticas indicadas para o tratamento e prevenção de novos episódios.
Em alguns casos, pode ser necessário o tratamento com psicólogo e/ou psiquiatra. Muitas vezes, a terapia e as medicações antidepressivas e ansiolíticas aceleram a resposta ao tratamento e evitam a evolução para quadros mais graves.
Se você tem os sintomas da Síndrome de Burnout, procure ajuda de um profissional de saúde mental e aproveite para rever o seu estilo de vida! Afinal, não há nada mais valioso que a sua saúde física, emocional e espiritual!